A Depravação Total da Humanidade

             

                  A Pecaminosidade Humana e a sua Restauração a Deus
Texto Chave
“ Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. ” (Romanos 3:23)

INTRODUÇÂO
      A doutrina do pecado é conhecida nos tratados de teologia como Hamar-tiologia, da palavra grega hamartia. O estudo se reveste de suma importância porque se trata do problema básico de todos os seres humanos. Todos os conflitos no mundo e as confusões existentes na humanidade são anifestações do pecado. Ninguém pode se livrar dele, mas o Senhor Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores da condenação eterna. O enfoque da presente lição é definir e explicar o pecado, bme como apresentar o meio divino para a solução humana.
I – DEFININDO OS TERMOS
1.      Pecado. Há uma lista extensa de palavras na Bíblia para designar o pecado: erro, iniquidade, transgressão, maldade, impiedade, engano, sedução, rebelião, violência, perversão, orgulho, malicia, concupiscência, prostituição, injustiça etc., além dos verbos e adjetivos cognatos. Muitos desses termos, e outros similares, estão na sombria listra apresentada pelo apóstolo Paulo (Rm 1:29-32; Gl 5:19-21). Mas há um termo genérico para designar o pecado com todos os seus detalhes, chattath, e seu equivalente verbal chattá (pronuncia-se hatá, com “h” aspirado), que literalmente significa “errar o alvo” (Jz 20:16). O substantivo derivado desse termo aparece pela primeira vez no relato do assassinato de Abel por seu irmão Caim: “ E, senão fizeres bem, o pecado jaz à porta” ( Gn 4:7). O seu equivalente grego na septuaginta e no Novo Testamento é hamartia. Essa palavra na septuaginta traduz 24 termos hebraicos no Antigo Testamento referentes ao pecado.

2.      Os Termos hebraicos awon e peshá. Há na Bíblia um repertório amplo que revela o pecado nos seus vários aspectos, mas este espaço não nos permite uma apresentação exaustiva. O termo hebraico avon, “iniquidade, perversão”, vem de uma raiz que significa “entortar, torcer”, daí a ideia de perverter a lei de Deus. Essa palavra aparece traduzida em nossas versões como “injustiça” (Gn 15:16), “maldade” (Ex 20:5) e “iniquidade” (Lv 26:40). Já o verbo avah, de mesma raiz, descreve a natureza do coração da pessoa não regenerada (Jó 15:5). Isso revela a “vida torta” do pecador. O outro termo de importância na Hamartiologia do Antigo Testamento é o verbo pashá “transgredir” ou o substantivo peshá, “transgressão, delito” (Gn 31:36; 50:17). O ser humano forçou e foi além dos limites que Deus estabeleceu, e isso faz toda a humanidade, homens e mulheres, errar o alvo da vida.

3.      O que é pecado?  Sabemos que a Bíblia não é um livro de definição, mas de descrição. Ela “revela a verdade em forma popular de vida e fato”, como bem afirmou um historiador da igreja Philip Schaff. As Escrituras declaram que “o pecado é a transgressão da lei” (1 Jo 3:4) e que “toda iniquidade é pecado” (1 Jo 5:17). Essa declaração é geralmente conhecida como pecado de comissão, isto é, quando praticamos aquilo que não deveríamos fazer (Mt 15:3: Rm 5:14). Mas a Palavra de Deus nos ensina ainda que “aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comete pecado” (Tg 4:17). Esse pecado é chamado de omissão, pois consiste em nossa falta de ação naquilo que deveríamos fazer (Jo 9:41).

II – ORIGEM DO PECADO
1.      O PECADO NO CÉU. Foi lá que tudo começou. O pecado já havia sido introduzido no universo quando Adão e Eva foram criados. Antes de acontecer na Terra, o pecado se originou no céu pelo mau uso do livre-arbítrio.   Jesus disse o Diabo peca desde o princípio (Jo 8:44). O querubim ungido foi criado perfeito em sabedoria e formosura, tinha o selo da perfeição ( Ez 28:12-15), mas se rebelou contra Deus (Is 14:12-14). Foi o orgulho e a soberba que fizeram esse querubim se transformar em Satanás (1 Tm 3:6). Ele foi expulso do céu com os anjos que o acompanharam em sua rebelião (2 Pe 2:4; Jd 6; Ap 12:7-9).
2.      O pecado no Éden. Adão tinha a permissão de Deus de Deus para comer de todas as árvores do jardim, exceto da árvore da ciência do bem e do mal: “De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2:16b-17). A advertência foi clara. Quando o casal comeu do fruto proibido, eles perceberam que estavam nus e procuraram se esconder da presença de Deus (Gn 3:7-8). Era a ruptura imediata da comunhão com Deus, a morte espiritual.  O próprio Deus anunciou a vindo do Redentor (Gn 3:15) e em seguida pronunciou a sentença do casal (Gn 3:16-19) e a sua posteridade. Foi por causa dessa desobediência que o pecado entrou no mundo e, com ele, a morte (Rm 5:12). Esse desastre é conhecido como a “Queda da humanidade”.
3.      A universalidade do pecado.  A Bíblia é clara ao ensinar que herdamos a natureza pecaminosa de Adão (1 Co 15:49). Isso passou a ser conhecido “pecado original”. A Bíblia não mostra como essa transmissão do pecado de Adão a todos os humanos, mas afirma que se trata de um fato incontestável (Rm 5:12-19). Assim as Escrituras mostram como todos nós, homens e mulheres, estamos diante de Deus: “todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Rm 3:23). O quadro apresentado é como segue: todos extraviaram, não há quem faça o bem (Sl 14:1-5; Rm 3:10-12), por isso não há no mundo quem não peque (1 Rs 8:46; Ec 7:20). A prova incontestável da universalidade do pecado é a morte (Rm 5:12). Nem mesmo os salvos em Cristo estão isentos dessa lei (1 Jo 1:8). O pecado é princípio real e presente na vida de todas as pessoas, desde o ventre materno (Sl 51:5; 58:3). A Queda no Éden corrompeu toda a humanidade em todo o seu ser: corpo, alma e espirito, intelecto, emoção e vontade (Is 1:5-6; 2 Co 7:1).

III – A SOLUÇÃO PARA O PECADO
1.      Nem tudo está perdido. A Bíblia narra situação humana descrevendo-a como “mortos em ofensas e pecados” (Ef 2:1) e que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6:23). Morte significa “separação”. Isso começou com a Queda de Adão e continua com sua posteridade (Is 59:2). Mas Deus, em sua infinita bondade e misericórdia, declara agora que nos “vivificou” (Ef 2:1a) e que o seu “o dom gratuito”[...] é a vida eterna” (Rm 6:23b). A graça está disponível para toda a raça humana (Tt 2:11)  e a salvação em Jesus pode ser encontrada em todos os lugares (At 17:30).
2.      A provisão de Deus. O Pecado entrou no mundo por um homem, Adão; assim também a redenção veio por um homem: “a graça de Deus, o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos” (Rm 5:15). A morte de Jesus foi expiatória, um sacrifício pelos nossos pecados que “Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue” (Rm 3:25). Expiação diz respeito ao sacrifício para purificação e o perdão dos pecados por meio dos sacrifícios (Lv 4:35; 17:11). A propiciação é o ato que apazigua a ira divina contra o pecado, satisfazendo a santidade  e a justiça de Deus. A expiação realizada pelo “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29) é um ato da graça de Deus em favor de todos os seres humanos (1 Jo 2:2). Assim, o Senhor Jesus é a provisão de Deus para o pecador.

                                      Conclusão
       A única esperança é o Senhor Jesus, o único que pode nos restaurar a Deus. Restaurar é restituir, e isso se aplica tanto a possessões e bens (Ex 22:14; Is 58:12; Lc 18:8) como também a pessoas (Jr 30:17). O plano de Deus é restaurar todas as coisas (At 3:21), mas Ele começou com os seres humanos. Nós estávamos perdidos, como o filho prodígio, e fomos restaurados a Deus pelo arrependimento (At 3:19; 2 Co 7:10) e pela fé em Jesus (Rm 5:1).


            Conhecendo mais sobre o pecado
“Do hebraico hattah; do grego hamartios; do latim peccatum. Transgressão deliberada e consciente das leis estabelecidas por Deus. Errar o alvo estabelecido pelo Criador ao homem: O pecado mortal é a deliberação consciente e intencional de se resistir a vontade de Deus. Não se trata de um simples pecado ou de uma transgressão ordinária; é uma rebeldia movida pelo orgulho e pelo não reconhecimento da soberania de Deus.”


Ronaldo Gomes

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