Resumos da História da Reforma #1 - A Pré Reforma

 

Resumos da História da Reforma #1 - A Pré Reforma





O contexto que preparou a Reforma Protestante e alguns de seus principais personagens

É no mês outubro que temos celebrado a Reforma Protestante, visto que em 31 de outubro de 1517 o monge agostiniano, Martinho Lutero, realizou tal feito que ficaria marcado na história como o estopim da Reforma. Foi a fixação de suas 95 Teses na Catedral de Wittenberg, na Alemanha, dando início assim, a uma série de eventos que mudaria a situação da Igreja Cristã. Nesta oportunidade, queremos aproveitar a data para relembrar a história da Reforma Protestante, seu significado e a teologia desenvolvida a partir dela.



1. O que Significa uma Reforma Religiosa?

Primeiramente, os eventos da Reforma Protestante devem ser considerados como parte de uma ação muito maior na história. Pode parecer que a Reforma foi um evento único, que não teve precedentes, nem terá outra coisa igual. Porém, nas Escrituras, percebemos que Deus sempre atuou na história, promovendo “reformas” na vida espiritual do Seu povo.

Em todos os períodos da história a vida espiritual experimentou degeneração e corrupção. Sabemos que o ser humano é pecador, e, com o tempo, a vida espiritual e religiosa da humanidade passa pelo processo de perda da qualidade. Assim, Deus sempre levantou profetas, bem como moveu o coração de diversos reis, para restaurar o culto em Israel e levá-lo novamente ao compromisso com a Palavra de Deus. Olhando por esta perspectiva, os movimentos de Reforma sempre foram presentes na restauração espiritual do povo de Deus. A Reforma Protestante, portanto, é mais um momento em que Deus promove um retorno da Igreja aos princípios bíblicos, ao compromisso com a Sua Palavra e ao culto mais puro e com sinceridade. Assim, na Reforma Protestante, Deus levantou homens e mulheres que atuaram continuamente para a restauração da Igreja e de seu ensino.



2. Qual o Contexto Histórico da Reforma?

O contexto histórico da Reforma deve levar em consideração o que historiadores têm hamado de pré-reforma. Foi um período de pelo menos 300 anos, antes da Reforma, em que se lutou pela restauração do culto, da pregação, do sacerdócio, e tradução das Escrituras; combatendo ensinos corruptos. Veja como algumas mudanças levam muito tempo; neste caso alguns séculos! Ainda assim, homens e mulheres estavam comprometidos com Deus. Três exemplos deste movimento merecem destaque:



Pedro Valdo (1140-1217) – Proeminente
comerciante francês que teve a oportunidade
de conhecer um pouco do Novo Testamento.
Após o contato com o texto sagrado, doou boa
parte de sua fortuna aos pobres e começou a
pregar o Evangelho, propondo um retorno às
origens do Cristianismo. Acabou expulso da
França em 1184, indo morar na Itália, onde
fez uma tradução da Bíblia para o idioma
francês comum. Isso era proibido, visto que
somente os membros do clero podiam ler as Escrituras, e em Latim.




John Wycliffe (1320-1384) – Filho de uma família de
posses. Estudou em Oxford, tendo reputação de valoroso
teólogo. Logo ganhou fama de reformista, por afirmar que
havia divergências entre as normas da Igreja e o ensino
de Cristo e de seus apóstolos. Uma das marcas de sua
luta foi o ataque à extravagância de alguns padres e da
Igreja em geral, em que se via muitos excessos de luxo
com o dinheiro do povo. Sua visão rendeu a produção
de 18 Teses em que defendia uma vida mais moderada e
atacava os erros da Igreja. Além disso, produziu uma
tradução da Bíblia para o idioma inglês da época, defendendo que a Bíblia é a autoridade
suprema da Igreja. Uma frase sua sobre isso foi: “A verdadeira autoridade emana da Bíblia,
que contém o suficiente para governar o mundo.”. Houve tentativas variadas para condenar
Wycliffe, tanto em âmbito local, como diretamente pelo papado. Porém, fatores variados da
política nacional da Inglaterra no período impediram que lograssem êxito. Assim, Wycliffe
morreu acometido por uma espécie de AVC; e só veio a ser condenado como herege décadas
mais tarde, quando seus ossos foram desenterrados e queimados, e suas cinzas lançadas no
rio Swift.




Jan Hus (1369-1415) – Seguiu o trabalho de Wycliffe. Foi padre,
professor e reitor da Universidade. Produziu 45 Teses com erros da
Igreja, propondo debate. Falou do Sacerdócio Universal dos crentes,
em que todos podiam buscar a Deus diretamente, sem a mediação
de homens. Isso foi interpretado como ataque ao sacerdócio, levando
o bispo se voltar contra Hus. Ele foi excomungado pela Igreja
Católica em 1410 e, alguns anos mais
tarde, queimado vivo. Sua excomunhão foi feita no Concílio de
Constança, (o mesmo que condenou postumamente Wycliffe). Se
diz que em sua excomunhão lhe disseram: “Ó maldito Judas!
Por que abandonaste a direção e o caminho da paz? Nós tiramos
de ti o cálice da salvação.”. Ao que respondeu: “Eu confio em Deus, Pai onipotente, e espero
que meu Senhor Jesus Cristo, por cujo amor sofro esses tormentos, não tire de mim o cálice
da Sua redenção. Tenho uma esperança firme e inabalável de que hoje mesmo eu beberei
dele no Seu reino.”. Em seguida foi condenado à morte, torturado e levado à fogueira. Suas
cinzas foram jogadas no rio Reno, para não ficar vestígio seu sobre a terra. Porém, a memória
de sua fidelidade à Palavra permanece.

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