Relatos Históricos da guarda do Domingo
- Inácio de Antioquia (35 d.C. a 98/107 d.C.) foi bispo de Antioquia, e escreveu o seguinte:
"Se, então, aqueles que eram educados na antiga ordem das coisas se apossaram da nova esperança, não mais observando o sábado, mas observando o Dia do Senhor, no qual também a nossa vida foi libertada por Ele e por Sua morte - alguns negam que por tal mistério obtemos a fé e que nele perseveramos para serem contados como discípulos de Jesus Cristo, nosso único Mestre - como seremos capazes de viver longe Dele, cujos discípulos e os próprios profetas esperaram no Espírito para que Ele fosse o Instrutor deles? Era Ele que certamente esperavam, pois vindo, os libertou da morte" (Inácio de Antioquia, Magnésios 9 - grifo acrescentado).
- O Didaquê (ou Didascalia dos Doze Apóstolos), documento cristão escrito entre 60 e 90 d.C., afirma:
"Reuni-vos no dia do Senhor para a fração do pão e agradecei (celebrai a eucaristia), depois de haverdes confessado vossos pecados, para que vosso sacrifício seja puro" (Didaque, XIV.1);
- Epístola de Barnabé (entre 70 e 131 d.C.)
"Ele finalmente lhes disse: "Não suporto vossas neomênias e vossos sábados". Vede como ele diz: não são os sábados atuais que me agradam, mas aquele que eu fiz e no qual, depois de ter levado todas as coisas ao repouso, farei o início do oitavo dia, isto é, o começo de outro mundo. Eis por que celebramos como festa alegre o oitavo dia, no qual Jesus ressuscitou dos mortos e, depois de se manifestar, subiu aos céus" (Epístola de Barnabé 15 - grifo acrescentado).
- Plínio, o jovem (c. 112 d.C.). Escrevendo sobre a "culpa" dos cristãos:
"Foram unânimes em reconhecer que sua culpa se reduzia apenas a isso: em determinados dias, costumavam comer antes da alvorada e rezar responsivamente hinos a Cristo, como a um deus; obrigavam-se por juramento não a algum crime, mas à abstenção de robuso, rapindas, adultérios, perjúrios e sonegação de depósitos reclamados pelos donos. Concluído este rito, costumavam distribuir e comer seu alimento. Este, aliás, era um alimento comum e inofensivo" (BETTENSON: 1998, pp. 29-30).
A citação acima aponta para o domingo pelo "comer antes da alvorada", lembrando a ressurreição de Cristo, referência confirmada pela refeição, que aponta para a Ceia do Senhor.
- Evangelho de Pedro. Segundo Bauer, este evangelho apócrifo, escrito antes de 150 d.C., "designa o dia da ressurreição já com o nome kuriakh "dominica", "Dia do Senhor" (BAUER, 1988, p. 312).
- Justino, o Mártir (100-165 d.C.)
"No dia que se chama do sol, celebra-se uma reunião de todos os que moram nas cidades ou nos campos, e aí se lêem, enquanto o tempo permite, as Memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas. Quando o leitor termina, o presidente faz uma exortação e convite para imitarmos esses belos exemplos (...) Celebramos essa reunião geral no dia do sol, porque foi o primeiro dia em que Deus, transformando as trevas e a matéria, fez o mundo, e também o dia em que Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dos mortos. Com efeito, sabe-se que o crucificaram um dia antes do dia de Saturno e no dia seguinte ao de Saturno, que é o dia do Sol, ele apareceu a seus apóstolos e discípulos, e nos ensinou essas mesmas doutrinas que estamos expondo para vosso exame" (JUSTINO, 1995, [I.67], p. 83).
- Tertuliano (160-220 d.C.). Segundo Bauer, Tertuliano e Justino "atestam igualmente a celebração do Domingo, ao qual designam, quando se dirigem a pagãos, como "dia do Sol" (dies solis) e quando se dirigem a cristãos, como "dia do Senhor" (BAUER, 1988, p. 312);
- Melitão de Sardes, bispo na Lídia "escreve logo depois da metade do século II um tratado especial sobre o Domingo" (BAUER, 1988, p. 312).
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